A indústria de Hollywood anda fraca de ideias. Cada vez mais, em vez de apostar numa ideia realmente original, atira milhões de dólares para cima de um orçamento, na esperança que um nome sonante no cartaz e um festim de efeitos especiais disfarcem a falta de um bom argumento.
Mas em vez de nos continuarmos a queixar, é tempo de contribuir com ideias concretas para salvar a indústria do cinema.
A minha ideia de hoje é o Twist Total.
Nos últimos anos, filmes como o Sexto Sentido ou Usual Suspects lançaram um género: o twist. Consiste em construir um argumento linear até aos últimos 5 minutos do filme, e aí dar uma reviravolta total na história. Alguns destes filmes ficaram para a história do cinema, mas também esta fórmula está gasta, depois de inevitavelmente ter sido copiada à exaustão.
O Twist Total vai um passo à frente. Aqui o objectivo é dar vários twists à história, ao longo do filme. Mais: em cada twist, o filme muda radicalmente de género.
Imaginem isto: um filme com Morgan Freeman, Haley Joel Osment, Gary Oldman e Juliette Binoche. Casting de respeito.
O filme tem tudo para ser um drama romântico, uma mistura de Shawshank Redemption e O Paciente Inglês. E durante 45 minutos, assim é, quase a levar-nos às lágrimas.
Mas no primeiro twist, o filme supreendentemente muda de género, para o filme de terror. Afinal o pequeno Haley Joel não é apenas um miúdo gago e inadaptado no liceu, está na verdade possuído por um espírito maligno que o força a gaguejar palavrões e a vomitar o conteúdo da lancheira para cima dos professores, e Gary Oldman é encarregue de o exorcizar.
Depois de 15 minutos de sangue na pior tradição gore, novo twist para a comédia non-sense, tipo Dumb & Dumber. Durante meia hora assistimos ao Morgan Freeman a rir-se dos seus próprios traques e a um memorável festival de arrotos da Juliette Binoche.
Subitamente, toda a gente começa a cantar sem motivo aparente e o filme transforma-se num musical, Gary Oldman a mostrar os seus passos de dança e o Haley Joel a fazer breakdance. Um pouco desnecessário, mas sem dúvida surpreendente e apreciado pelos fãs do musical.
E para fechar em grande, de repente toda a gente se despe e temos uma ponta final inédita com 5 minutos do mais intenso porno, incluindo 2 anões e um nigeriano.
Já consigo imaginar as salas de cinema em euforia!
Hollywood, não tens nada que agradecer.
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2 comments:
Twist não lhe falta!Eu prefiro a primeira parte e a última, logo por mim o twist pode ser apenas parcial,"In Juliette Binoche Veritas".
SOLD!!! Mas eu acho que twist total era mais o género de que, de twist em twist, e não de género em género, o culpado acabava por ser mesmo o mordomo.
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