Anda tudo a querer sair de Portugal. A crise económica, os políticos, o túnel do Marquês, os fogareiros que escarram no chão sem pré-aviso, os Batanetes, enfim, há um sem-fim de razões para querermos embarcar no próximo avião para a Austrália.
Mas em prol da auto-estima nacional, diga-se que se não emigramos mesmo é porque há de facto razões para não querermos viver em mais lado nenhum. Para além da família, dos amigos, e do Benfica, claro.
Algumas das melhores razões para não emigrar, ou porque é que eu adoro a minha cidade e o país onde vivo:
- A vista de Lisboa ao entrar pela Ponte 25 de Abril.
- Viver em Lisboa a 15 minutos da praia.
- Não fazermos parte dos mapas da Al Qaeda.
- As noites de Verão, todas.
- Um fim de semana num turismo de habitação no Alentejo, ou noutro sítio qualquer.
- A bela da amarguinha, com gelo e limão.
- Um multibanco em cada esquina dá sempre jeito.
- O cheiro característico do Algarve, quando abrimos a janela do carro pela primeira vez à chegada.
- Toda a comida, e não só o peixe grelhado. Do Alentejo, principalmente.
- Em particular: amêijoas, caracóis, percebes, sardinhadas, migas, porco preto, chocos grelhados, caldo verde.
- A pastelaria. Mostrem-me um país que tenha um bom pastel de nata ou travesseiros.
- O café, também conhecido como "a bica". Curto, pingado, à italiana, comprido ou escaldado. E a meia de leite, galão, carioca e garoto.
- A nossa mania carinhosa de acabar palavras com "inho". "Um cafézinho", "um jantarinho", etc.
- Aquelas duas palavras que só existem em português: "saudade" e "desenrascar".
- Ainda sermos uma pequena aldeia de 10 milhões de vizinhos.
- Apesar de pequeno ainda tem infinitos sítios por descobrir.